terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Pastoral da Aids da Paróquia São Pedro de Alcântara comemora o Natal

A Pastoral da Aids da Paróquia São Pedro de Alcântara - SG comemorou no último dia 16/12 o Natal com os seus assistidos.
A Pastoral gradece o auxílio e ajuda de todos pelo grandioso e celebrativo evento.
Agradece  ao "Ora Bolas Festas" pela parceria e doação de seu trabalho para as festas da Pastoral! Que Deus esteja sempre com vocês proporcionando Paz, Luz, Bem e muitas alegrias também! A todas as pessoas, pastorais e comércio que sempre colaboram com a Pastoral da Aids, nosso muito obrigado e um Feliz Natal e  maravilhoso 2016!!!!


















sábado, 12 de dezembro de 2015

HIV/Aids: a solidariedade é o melhor remédio


Por: Claudio Oliveira (Portal Fiocruz)
Pouco mais de três décadas após o primeiro caso de Aids diagnosticado no Brasil, em 1982, o estigma relacionado a doença segue alimentando preconceitos que prejudicam o desenvolvimento de estratégias de prevenção e o acesso ao diagnóstico e ao tratamento. Apesar da evolução científica e do fato da Aids não mais significar uma sentença de morte do ponto de vista clínico, a “morte civil” da pessoa que vive com HIV/Aids, exposta por Herbert de Souza (Betinho) e Herbert Daniel ainda no início da epidemia, segue presente na vida de muitos portadores do vírus da Aids.
De acordo com Simone Monteiro, pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), os casos de discriminação e violência decorrentes da revelação do diagnóstico pelo HIV, principalmente entre populações mais vulneráveis, somadas as propostas de criminalização de transmissão do HIV/Aids, levam a pessoa vivendo com HIV/Aids a ocultar a doença.
Em casos extremos, quando a dificuldade de gerenciar o segredo é grande, algumas pessoas optam por não se tratar. Segundo Veriano Terto, coordenador de projetos da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA), de alguma forma todas as pessoas vivendo com HIV/Aids administram seu segredo. “No primeiro momento, não dá para falar para ninguém. O sigilo é mantido devido a questões culturais, sociais, legais ou políticas. Por exemplo, uma religião pode discriminar uma mulher HIV+ por achar que ela é promíscua. Se ela aderir ao tratamento, irá se expor”.
A dificuldade de adesão ao tratamento é uma realidade sentida também pelos profissionais de saúde. Para Sandra Wagner, pesquisadora do Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids do Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz), os motivos que levam uma pessoa a não se tratar são variáveis e o profissional de saúde deve procurar ter uma boa interação com a pessoa que está sendo tratada. “A aceitação tem que ser discutida. Se ela não quiser, não vai morrer. Desistir é um direito da pessoa, mas digo sempre que nós, profissionais de saúde, não podemos desistir. Se ele faltar, temos que ir atrás dele. O profissional de saúde sofre muito com a desistência, mas tem que estar disposto a tentar novamente”.
Enquanto o estigma classifica o portador do vírus da Aids na sociedade, o HIV segue à margem dessa discussão. Sem discriminar pessoas por idade, sexo, religião, comportamento ou orientação sexual, o HIV atinge até mesmo quem ainda não nasceu. De acordo com Maria Letícia Cruz, médica pediatra do Hospital dos Servidores do Estado, muitas crianças e adolescentes que nasceram com HIV/Aids deixam de se tratar por causa do estigma. “Eventualmente, se houver pessoas próximas da criança ou adolescente, o remédio pode não ser dado. Isso acontece por causa do estigma, culpa e medo de que a criança revele sua condição para outros. A pessoa sente medo de ser julgada”.
Maria Letícia sugere que os familiares sejam informados desde o acompanhamento sobre a importância de saber o momento certo para contar. “A criança em algum momento irá questionar o porquê de tantos remédios. Quando a família não aceita o diagnóstico, esses questionamentos naturais não são respondidos e são usadas desculpas para camuflar a existência da Aids”. Para se informar e conhecer outras experiências, a pediatra indica o manual elaborado pelo Ministério da Saúde, que tenta fazer um trabalho lúdico voltado para crianças. “Eventualmente usamos o manual, mas é importante que a pessoa que esteja acompanhando a criança se mostre aberta para perguntas. O mais importante é que o profissional consiga perceber que há no familiar a vontade de falar sobre o diagnóstico para a criança”.
Sobre a revelação do diagnóstico, Veriano Terto acrescenta que o profissional de saúde tem de estar consciente de que não está dando apenas um diagnóstico clínico. “A pessoa sai de lá com a condição de infectado. Além disso, o diagnóstico classifica pessoas dentre categorias sexuais, se é mais ou menos vilão, mais ou menos vítima, se é um jovem promíscuo, mulher prostituta...não tem como não ser enquadrado no senso comum e o profissional deve estar ciente disso”.
Não há “fórmula de bolo”
Centro de Referência em HIV/Aids, o INI/Fiocruz trabalha a Profilaxia Pós-Exposição, forma de prevenção que administra os medicamentos que fazem parte do coquetel utilizado no tratamento da Aids para impedir a infecção pelo HIV. Porém, antes da realização do exame, a pessoa recebe um aconselhamento pré-teste, onde são repassadas informações para que a pessoa possa enfrentar a notícia, explica Sandra Wagner. “No pré-teste ficamos sabendo porque a pessoa veio fazer o teste, isso facilita o trabalho dos aconselhadores, mas não é tudo. Apesar de termos uma rotina, o dia a dia não nos permite uma ‘fórmula de bolo’. O mais importante é a interação entre duas pessoas, é não julgar o outro. A pessoa que resolve fazer um teste já chega tensa, não pode chegar aqui achando que será julgado(a)”.
Para que haja adesão das obrigações que a pessoa terá que fazer, como a realização periódica de exames, uso contínuo de remédios, redução do consumo de álcool, além de todas as obrigações éticas e legais, Veriano pede que o profissional busque se colocar no lugar do outro. “Por exemplo, em um processo de imigração, a pessoa tem que dizer sua condição. São essas coisas que o profissional deveria incorporar”.
Prevenção compartilhada
Um ponto polêmico em respeito ao direito do sigilo é levantado quando a pessoa se descobre soropositiva e vive uma relação estável ou utiliza drogas injetáveis junto a outras pessoas. Sandra Wagner explica que no INI a recomendação é solicitar a pessoa em tratamento que comunique ao seu parceiro(a). “Sabemos que a decisão é complicada, mas deve ser discutida. Até onde pode ir o sigilo? Até onde pode ir a obrigação de revelar um diagnóstico? ”, indaga.
A médica destaca a dificuldade que existe em inserir o uso do preservativo quando se vive um relacionamento estável, problema que atinge também pessoas com outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). “A pessoa deve entender que da mesma forma que ele(a) tem direito ao sigilo, seu parceiro(a) também tem o direito de se testar e se tratar se for necessário. Não tratar a sífilis, por exemplo, pode trazer consequências graves. Temos que chegar em um consenso, mas percebo que aqui a maioria traz o parceiro para o teste”.
Terto afirma que o direito ao sigilo não torna a pessoa mais ou menos perigosa, lembrando que a pessoa pode manter o sigilo e ser altamente responsável. “A pessoa vivendo com HIV/Aids não pode ser considerada a única responsável pela prevenção. Essa responsabilidade deve ser compartilhada entre todos”.
Solidariedade
Para reduzir o impacto do estigma e da discriminação na vida de muitas pessoas soropositivas, Simone Monteiro sugere o desenvolvimento de políticas sociais e ações comunitárias envolvendo diferentes atores sociais, voltadas para mudanças culturais e estruturais capazes de combater os fatores que alimentam o estigma, como as desigualdades sociais e de gênero, homofobia e preconceitos contra prostitutas e usuários de drogas. “Historicamente, o enfrentamento da Aids envolveu respostas sociais voltadas para a publicização da soropositividade, ilustrada na campanha ‘Silêncio=Morte’, lançada em 1990. Embora o sigilo seja assegurado por lei, considero importante ressaltar que a não revelação do HIV compromete o combate ao estigma e colabora para sua atualização”.
O coordenador de projetos da Abia lamenta que o estigma e discriminação que cercam as pessoas vivendo com HIV/Aids desde o início da epidemia no Brasil ainda se façam presentes. “O estigma se mantém, apenas a manifestação que as vezes muda. O estigma de ser uma pessoa potencialmente perigosa para os demais continua como antes. A solução é lembrar as mensagens passadas por Betinho e Herbert Daniel. Temos que reforçar a solidariedade porque esse é o caminho”.

Fonte:       https://portal.fiocruz.br/    em 12/12/2105 às 21h30min.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Papa Francisco abre Porta Santa e dá início ao Ano da Misericórdia


Nesta terça-feira, 8, o Papa Francisco abriu o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, o 29ª Ano Santo vivido na história da Igreja. Também hoje, celebra-se o 50º aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II.
Antes de abrir a Porta Santa, o Santo Padre presidiu na Praça São Pedro a Santa Missa da Solenidade da Imaculada Conceição.
Na homilia, Francisco destacou que o gesto “altamente simbólico” da abertura da Porta Santa da Misericórdia acontece à luz da Palavra de Deus escutada na liturgia de hoje, que evidencia a primazia da graça, que envolveu a Virgem Maria, tornando-a digna de ser mãe de Cristo.
“A plenitude da graça é capaz de transformar o coração, permitindo-lhe realizar um ato tão grande que muda a história da humanidade”, reforçou o Pontífice.
Amor que perdoa
O Papa disse ainda que a festa da Imaculada Conceição exprime a grandeza do amor divino. “Deus não é apenas Aquele que perdoa o pecado, mas, em Maria, chega até a evitar a culpa original, que todo o homem traz consigo ao entrar neste mundo. É o amor de Deus que evita, antecipa e salva”.
O Santo Padre recorda que há sempre a tentação do pecado, que se exprime no desejo de projetar a própria vida, independentemente da vontade de Deus. Segundo ele, esta é a “inimizade” que ameaça continuamente a vida dos homens, contrapondo-os ao desígnio de Deus.
Todavia, afirma o Pontífice, a própria história do pecado só é compreensível à luz do amor que perdoa. “Se tudo permanecesse ligado ao pecado, seríamos os mais desesperados entre as criaturas. Mas não! A promessa da vitória do amor de Cristo encerra tudo na misericórdia do Pai”.
Descobrir a misericórdia de Deus
Francisco destacou que também este Ano Santo Extraordinário é dom de graça e entrar pela Porta Santa significa “descobrir a profundidade da misericórdia do Pai” que a todos acolhe e vai pessoalmente ao encontro de cada um.
O Papa explicou que, neste ano, os fiéis são convidados a crescer na convicção da misericórdia, e disse que, quando se afirma, em primeiro lugar, que os pecados são punidos pelo julgamento de Deus, fazemos uma grande injustiça à Ele e à sua graça, pois eles são perdoados, primeiramente, por sua misericórdia.
Nesse sentido, o Santo Padre expressou seu desejo de que atravessar a Porta Santa permita a todos sentirem-se participantes deste mistério de amor. “Ponhamos de lado qualquer forma de medo e temor, porque não se coaduna em quem é amado; vivamos, antes, a alegria do encontro com a graça que tudo transforma”.
50 anos do Concílio Vaticano II
O Pontífice recordou ainda que, há 50 anos, os padres do Concílio Vaticano II escancaram outra porta ao mundo. E destacou que, a riqueza deste evento, não está apenas nos documentos elaborados, mas primariamente, no verdadeiro encontro que ocorreu entre a Igreja e os homens deste tempo.
“Um encontro marcado pela força do Espírito que impelia a sua Igreja a sair dos baixios que por muitos anos a mantiveram fechada em si mesma, para retomar com entusiasmo o caminho missionário. Era a retomada de um percurso para ir ao encontro de cada homem no lugar onde vive”, ressaltou.
Por fim, Francisco enfatizou que também o jubileu exorta a cada um a esta abertura, ao impulso missionário, a não esquecer o espírito que surgiu no Vaticano II: o do samaritano.
Abertura da Porta Santa
Ao final da Missa, o Papa Francisco dirigiu-se à Porta Santa da Basílica de São Pedro. Após uma breve oração, subiu os degraus em silêncio e com três toques abriu a Porta Santa, dando início ao Ano da Misericórdia.
O Pontífice foi o primeiro a atravessar a Porta Santa, seguido pelo Papa emérito Bento XVI e pelos demais concelebrantes, outros sacerdotes, religiosos e por alguns fiéis.
Francisco dirigiu-se ao Altar da Confissão no interior da Basílica de São Pedro e concluiu a Santa Missa com uma oração e sua bênção apostólica.
Por Canção Nova

Papa explica o significado do Ano da Misericórdia


A Igreja católica já vive o Ano da Misericórdia. Nesta quarta-feira, 9, no Vaticano, o tradicional encontro do Papa com os fiéis teve como foco essa temática: na catequese, Papa Francisco explicou o significado desse Ano Santo, destacando o chamado urgente a viver a misericórdia no mundo de hoje.
“Não digo: é bom para a Igreja este momento extraordinário…não, não! Digo: a Igreja precisa desse momento extraordinário”, disse o Papa referindo-se ao Ano da Misericórdia, que começou nesta terça-feira, 8, com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro.
Francisco enfatizou o sentido desse Ano Santo: um tempo favorável para contemplar a misericórdia divina que ultrapassa qualquer limite humano. Mas esse período só será realmente favorável se as pessoas escolherem o que agrada a Deus: perdoar seus filhos, usar de misericórdia para com eles para que possam ser misericordiosos para com os outros.
Seja na sociedade, no trabalho e até mesmo na família, a humanidade precisa urgentemente de misericórdia, disse o Santo Padre. Alguns podem até dizer que há problemas mais urgentes para serem resolvidos e Francisco reconhece isso, mas lembrou que na raiz da falta de misericórdia está o amor próprio.
“No mundo, isso toma a forma da busca exclusiva dos próprios interesses, dos prazeres e honras unidos à vontade de acumular riquezas, enquanto na vida dos cristãos se disfarça muitas vezes de hipocrisia e mundanidade. Todas essas coisas são contrárias à misericórdia”.
Por isso mesmo, Francisco destacou a necessidade das pessoas reconhecerem seus pecados para experimentarem a misericórdia de Deus. “É necessário reconhecer ser pecador para reforçar em nós a certeza da misericórdia divina”. E ele ensinou uma oração simples para que se faça isso diariamente: “Senhor, eu sou um pecador, eu sou uma pecadora, venha com a sua misericórdia”.
O Santo Padre disse que seu desejo nesse Ano Santo é que cada um faça experiência da misericórdia divina. Aos olhos do homem, disse, pode até parecer ingênuo pensar que isso possa mudar o mundo, mas aquilo que é fraqueza de Deus é mais forte que o homem.
Por Canção Nova


Arcebispo de Curitiba arranca sorrisos e lágrimas em reunião dos soropositivos no HC



A comemoração do 1.º de dezembro – Dia Mundial de Luta Contra a Aids – foi de euforia no Grupo de Adesão do Hospital de Clínicas da UFPR. Pela primeira vez, em mais de 15 anos de serviços prestados, o núcleo – que ajuda soropositivos a se iniciarem e se manterem no uso dos coquetéis – recebeu a visita de um representante da hierarquia da Igreja Católica. “Quase” clandestina e anônima dos corredores do HC, a iniciativa teve seu dia de reconhecimento tardio.
O arcebispo de Curitiba, dom José Antônio Peruzzo chegou pontualmente, às 14 horas, para a reunião quinzenal do Grupo de Adesão, no auditório 2 do HC. A média de 30 participantes – liderados pela enfermeira aposentada Maria Alba de Oliveira Silva e pelo assistente social Silas Moreira – estava presente, seguindo a regra, e se surpreendeu com a primeira fala do religioso. “Caramba, vocês me pegaram de jeito. Achava que ia encontrar pessoas tristes e o que vejo são sorrisos. Vivi o bastante para identificar um sorriso protocolar. O de vocês é verdadeiro”, declarou, dando início a uma conversa que arrancou lágrimas e risos da assembleia.
“Adorei seu cabelo. É uma prova de que você está se cuidando e se amando. Deixem-se querer bem”, disse um simpático Peruzzo a uma das participantes soropositivas, cujo cabelo está tingido de ruivo. Abraçou-a, abençoou-a, a exemplo do que fez com outros participantes. Todos os discursos sobre “afeto” feitos pelo epíscopo se traduziram em gestos concretos.
Cumprimentou a todos que pôde. Contou, a uma assembleia atenta, que na mocidade, em missão no Norte do país, foi contaminado pelo bacilo da hanseníase. “Fiquei com raiva. Tinha ido ajudar e saí doente. Entendi que tinha preconceito, embora achasse que não, e que era mais fraco do que supunha. Me curei, assumi minha fragilidade. Sei que é diferente. Mas esse episódio me aproxima da dor de vocês.” A palavra “doença” não foi usada nenhuma vez, em respeito a um dos estigmas sofridos pelos contaminados.
Depois, Peruzzo posou para fotos e pediu para voltar ao grupo em outra ocasião. Justificou-se: convive demais com pessoas com mil razões para reclamar e ali se sentiu em companhia de gente disposta a repartir. “Me sinto renovado. Vocês dão sentido à vida das pessoas que trabalham no Grupo de Adesão. Elas se alimentam da força que vem de vocês”, disse, invertendo as posições – quem mais precisa ajuda os que se dispõem a prestar socorro.
Não foi a única surpresa da tarde. A Pastoral da Aids da Arquidiocese de Curitiba – fundada há dez anos, pelo frei capuchinho Pedro Brondani e hoje coordenada por Guilhermina Eugênio – nasceu dentro do Grupo de Adesão do HC. A ligação entre as duas iniciativas é constante. Em meio à informalidade do encontro com dom Peruzzo, frei Pedrinho – como é conhecido – anunciou que ano que vem parte para um trabalho missionário na ordem capuchinha e repassou a coordenação do grupo ao jovem sacerdote Danilo Vítor Pena, 30 anos, da Diocese de Jacarezinho, que está em período de prestação de serviços na Arquidiocese de Curitiba.
Tanto a Pastoral da Aids quanto o Grupo de Adesão fazem das tripas coração para se manter em atividade. À revelia do aumento do número de informações sobre a contaminação e a doença, o preconceito ainda impera. A presença de dom Peruzzo, tão à vontade na reunião, rompeu por algumas horas o silêncio em torno dessas duas atividades. “Eles nos legitimou”, disse Alba. Para os líderes, foi como se esses dois trabalhos tivessem sido refundados em 1.º de dezembro de 2015.
Animação
“Alguém está vindo hoje pela primeira vez?”, perguntou Alba, depois das falas do arcebispo. Havia sim – um mestrando de Educação Física que se voluntariou a ajudar os contaminados na prática de exercícios físicos. A experiência será analisada em sua pesquisa acadêmica. Seguiram-se as palavras de ânimo de sempre, as referências a outros grupos presentes à reunião e as animadas sessões de abraços. Frei Pedro Brondani criou para o grupo a terapia dos “12 abraços” diários.
O número é aleatório, mas diverte e ajuda. Pouco tocados, os soropositivos rompem ali a corrente de isolamento em torno deles – dessa vez com a adesão do arcebispo, que não poupou abraços a ninguém. Causou. Aquela máxima de pequenos gestos têm mais poder que revoluções se mostrou certeira, mais uma vez.

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/arcebispo-de-curitiba

Igreja mobiliza-se na luta contra a Aids




Para fortalecer o combate a Aids, a Igreja no Brasil se une às organizações da sociedade civil, neste dia 1º de dezembro, para a luta contra a doença. A Pastoral da Aids sai às ruas para informar, orientar e esclarecer a população sobre a epidemia de HIV. Para este ano, um material foi disponibilizado a todos os agentes da Pastoral que atuam no território nacional. A data é marcada por ações e intervenções na população em geral, garantindo um olhar atencioso, principalmente, às populações mais vulneráveis e desassistidas.
O Dia Mundial de Luta Contra a Aids é um grande evento político, que cria espaços de diálogo e debate com os programas de Aids nas três esferas políticas para discutir os rumos da resposta brasileira. Nesse dia busca-se reivindicar melhorias e políticas que detenham o HIV e melhorem a qualidade de vida das pessoas que convivem com a Aids. Para reforçar os trabalhos, panfletos de orientação, spots para rádios e vídeos veiculados na TV irão compor a campanha deste ano.
A Igreja tem um grande alcance com as ações entre a população. Os meios de comunicação católicos, assim como sacerdotes, religiosas e religiosos e bispos garantem apoio às iniciativas e reforçam de forma significativa a campanha. O planejamento prevê inúmeras ações organizadas nos municípios e paróquias onde os agentes pastorais atuam. A expectativa é que se alcance o maior número possível de pessoas levando informação e orientação sobre a Aids e sobre o teste HIV.
A Pastoral da Aids está envolvida há vários anos na luta para informar e orientar a população sobre a necessidade de fazer o teste para HIV. A Igreja assume este serviço e, sem preconceitos, acolhe, acompanha e defende os direitos daqueles que foram infectados pela Aids.
O HIV é um vírus que se espalha por meio de fluídos corporais e afeta células específicas do sistema imunológico. Sem o tratamento antirretroviral, o vírus afeta e destrói essas células e torna o organismo incapaz de lutar contra infecções e doenças.
Atualmente, não existe uma cura efetiva e segura, mas os cientistas trabalham intensamente em busca de resultados. Enquanto isso não acontece, com cuidados médicos apropriados, o portador do vírus HIV pode ter a doença controlada.
Segundo dados da Unaids, em 2014, havia 734 mil pessoas vivendo com HIV no Brasil, o que representa cerca de 0,4% a 0,7% da população. Estima-se que só no ano passado ocorreram 44 mil infecções pelo HIV. Neste período, o número de mortos relacionados à Aids chegou a 16 mil.
A maioria dos óbitos atualmente são de pessoas que descobrem tardiamente a infecção. Esse fator agrava o quadro de saúde, dificulta o tratamento com os antirretrovirais e onera o sistema de saúde com internações longas o que, consequentemente, aumenta os custos com o tratamento das doenças oportunistas – aquelas que se aproveitam da baixa imunidade para se alojarem no organismo.
Mas, mesmo com os avanços, alguns obstáculos são enfrentados no trabalho pastoral. O Assessor da Pastoral, Frei Luiz Carlos Lunardi, conta que a metodologia do trabalho é feita em rede, em parceria e de forma complementar aos programas de Aids e com a rede de saúde. Para ele, crescer nesta direção hoje é um grande desafio. Somado a essa realidade está a dificuldade de chegar-se às áreas mais desassistidas e mais vulneráveis, já que é cada vez mais difícil a sustentabilidade das ações.
Atrelado a tudo isso está o preconceito, que é um grande dilema da epidemia da doença. “Há muito preconceito ainda em todas as esferas sociais. Hoje ainda se pode dizer ‘Aids não mata o que mata é o preconceito’”, afirma o frei. Apesar de todo o avanço e conhecimento sobre a doença, o religioso coloca que ainda são muito altos os índices de novas infecções e óbitos.
Acolhida
A epidemia da Aids é uma realidade desde 1980. Muitas pessoas, organizações e setores da sociedade empenham suas energias há anos no controle da doença. Essa realidade e a necessidade de envolver um número sempre maior de forças para lutar contra a doença aproximou também o Ministério da Saúde da Igreja Católica com a finalidade de unir forças para contra o HIV.
Desde o início, quando a doença ainda era desconhecida, a Igreja acolhia em casas de apoio e centros de convivência os portadores da doença. Nesse tempo, muitas das pessoas que eram abandonadas eram recebidas pela Igreja. Com o passar dos anos e com a chegada dos medicamentos Antirretrovirais (ARV), o trabalho pastoral se abriu para as ações de prevenção com formação de agentes multiplicadores de informação, assim como, os promotores de ações de base.
Ao longo dessa jornada, também ampliou o trabalho na acolhida e acompanhamento das pessoas que vivem e convivem com a doença, desenvolveu uma linha de trabalho assumindo campanhas como a do teste HIV, vigília pelos mortos de Aids e Dia Mundial de luta contra a Aids.
Outro aspecto que foi um grande avanço promovido pela Igreja foi o programa de incidência política onde se formam agentes de Pastoral da Aids para atuarem nas políticas públicas e para o engajamento nos conselhos de saúde, nas comissões de DST/Aids, nas frentes parlamentares e em fóruns.
Para dinamizar ainda mais os trabalhos, a Pastoral organiza uma assembleia nacional para discutir o tema no próximo ano. Anterior ao evento, a meta é organizar as pré-assembleias diocesanas seguindo com a assembleia regional para chegar-se a uma boa avaliação e proposições para serem abordadas em nível nacional. “Este processo seguramente nos dará luzes para olharmos as realidades nas quais trabalhamos e redimensionarmos nossa ação e intervenção de forma adequada às exigências da epidemia”, sublinha o assessor da Pastoral.

Foto: AFP

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

A Pastoral da Aids de Niterói marcou presença na Confraternização do Regional Leste 1

"Dia perfeito para comemorar o belíssimo trabalho realizado em 2015 pela Pastoral da Aids Leste 1", disse Elissom Souza, agente da Pastoral da Aids de Tanguá que, juntamente com a esposa Rosângela, participou da Confraternização da Pastoral da Aids em Nova Friburgo no último domingo dia 06 /12/2015. 
Foi uma oportunidade dos agentes de todas as Dioceses do Estado do Rio de Janeiro de confraternizarem-se após um ano de muito trabalho.