O
Brasil reduziu em 5,5% a taxa de detecção de novos casos de aids em 12 anos. Em
2014, o país registrou 19,7 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2013, a taxa
foi de 20,4 novos casos a cada 100 mil habitantes. O anúncio foi feito nesta
terça-feira (1º), Dia Mundial de Luta Contra a Aids, pelo Ministério da Saúde
(MS) em coletiva de imprensa para divulgar os dados mais recentes sobre aids no
Brasil.
O
MS estima que existam aproximadamente 781 mil pessoas vivendo com HIV no
Brasil, das quais 83% foram diagnosticadas. E estão em tratamento 405 mil.
Foram
notificados 39.951 novos casos da doença em 2014, numa redução de 4,4%. No
entanto, o crescimento da epidemia entre os jovens brasileiros ainda preocupa o
governo. Entre pessoas com idade de 15 a 24 anos, houve um aumento de 36,5% no
número de novos casos de aids nos últimos dez anos. Só em 2014, o ministério
registrou 4.669 notificações da doença.
O
ministro da Saúde, Marcelo de Castro, disse está preocupado com o crescimento
da doença entre os mais jovens. Para ele, essa população tem de descuidado com
relação à doença, principalmente com relação ao comportamento durante relações
sexuais.
"Temos
muitos desafios pela frente e diminuir o número de casos entre os jovens é um
deles. A luta contra a aids no Brasil é referência mundial, mas estamos atentos
aos jovens, é justamente por isso que eles são o alvo da campanha de combate à
doença desse ano. Não podemos descuidar, a aids tem de ser encarada com a
seriedade.”
Com
relação a 2015, o ministério divulgou o número de casos registrados até o fim
de junho: 15.181 notificações da aids em todo o país. Destes, cerca de dois mil
foram detectados em jovens com idade entre 15 a 24 anos.
Meta
A
meta do governo é que, até 2020, 90% das pessoas com HIV sejam diagnosticadas.
Entre os diagnosticados, 90% estejam em tratamento e, destes, 90% tenham carga
viral zerada. É a chamada meta 90-90-90. Segundo Fábio Mesquita, diretor do
Departamento nde Dst, Aids e Hepatites Virais, o país não está longe de
alcançá-la.
"Na
meta de tratamento já alcançamos 62% de cobertura e na última meta, a de carga
viral suprimida, os números são mais animadores. Se considerarmos só adultos,
já chegamos aos 90% com carga viral indetectável. Mas, se levarmos em conta
todas as pessoas em tratamento, o percentual é de 88%."
Ainda,
de acordo com Fábio, o novo boletim não deixa dúvidas sobre o tipo de epidemia
que cresce no país. "Ela é concentrada em populações-chave como gays e
homens que fazem sexo com homens, travestis e transexuais, pessoas que usam
drogas e profissionais do sexo."
Mortalidade
Ainda
segundo o boletim, a mortalidade por aids caiu 11% no Brasil, passando de 6,4
mortes a cada 100 mil habitantes em 2003, para 5,7 casos em 2014. No entanto,
as regiões sudeste e sul foram as únicas que apresentaram tendência de queda.
Desde
o início da epidemia nos anos 1980 até hoje, o Brasil registrou quase 800 mil
casos de aids ao todo e investe cerca de R$ 1,1 bilhão por ano no tratamento
dos portadores da doença.
Autoteste
nas farmácias
O
ministro Marcelo de Castro comemorou ainda a chegada do teste de HIV em farmácia.
De acordo com Fábio Mesquita, o teste estará disponível ainda no primeiro
semestre de 2016. Até o momento, testes de HIV eram feitos somente por
profissionais de saúde em laboratórios, centros de referência e unidades de
testagem móvel.
A
resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que autoriza o
registro de produtos para autoteste de HIV foi publicada no “Diário Oficial da
União” desta segunda-feira (30). “Espera-se que, até o fim do primeiro semestre
do ano que vem, qualquer brasileiro possa comprar seu teste de HIV na farmácia,
levar para casa e fazer”, disse Fábio Mesquita.
Segundo
Mesquita, os testes de farmácia devem alcançar um nicho da população que deixa
de se testar por vergonha de ir a um serviço de saúde ou pedir o exame ao seu
médico.
Campanha
Durante
o lançamento do boletim, foi apresentada a nova campanha publicitária do Dia
Mundial de Luta Contra a Aids. Com o slogan “Com o tratamento, você é mais
forte que a aids”, a campanha foca na importância do início imediato do tratamento
com antirretrovirais, que é o segundo pilar na meta 90-90-90.
O
objetivo é incentivar a prevenção, a testagem e, principalmente, o início
do tratamento em todos os diagnósticos positivos.
Outra
novidade é a disponibilização, pela primeira vez, de um banco de dados com
informações básicas de aids dos 5.570 municípios do Brasil. Por meio da página www.aids.gov.br/indicadores,
os gestores poderão ter acesso a dados de população; nascimentos; casos de
aids; óbitos por aids e indicadores de detecção de casos de aids; de razão de
sexo; de gestantes infectadas pelo HIV e coeficientes de mortalidade por aids.
Assim, os gestores municipais terão informações para formulação, gestão e
avaliação de políticas e ações públicas para a resposta à epidemia pelo SUS.
Durante
a cerimônia, também foram lançados o livro “A Síndrome – Histórias de luta
contra a aids”, escrito por 30 autores, e o trailer do documentário: “Aids no
Brasil- lutas e memórias”.
Veja o texto clicando em: AgenciaAids.com.br
Acessado em Em
02/12/15 às 10h49.
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