quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

1º de Dezembro: Brasil reduz em 5,5% detecção de aids nos últimos 12 anos. Mas doença continua crescendo entre jovens



O Brasil reduziu em 5,5% a taxa de detecção de novos casos de aids em 12 anos. Em 2014, o país registrou 19,7 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2013, a taxa foi de 20,4 novos casos a cada 100 mil habitantes. O anúncio foi feito nesta terça-feira (1º), Dia Mundial de Luta Contra a Aids, pelo Ministério da Saúde (MS) em coletiva de imprensa para divulgar os dados mais recentes sobre aids no Brasil.
O MS estima que existam aproximadamente 781 mil pessoas vivendo com HIV no Brasil, das quais 83% foram diagnosticadas. E estão em tratamento 405 mil.
Foram notificados 39.951 novos casos da doença em 2014, numa redução de 4,4%. No entanto, o crescimento da epidemia entre os jovens brasileiros ainda preocupa o governo. Entre pessoas com idade de 15 a 24 anos, houve um aumento de 36,5% no número de novos casos de aids nos últimos dez anos. Só em 2014, o ministério registrou 4.669 notificações da doença.
O ministro da Saúde, Marcelo de Castro, disse está preocupado com o crescimento da doença entre os mais jovens. Para ele, essa população tem de descuidado com relação à doença, principalmente com relação ao comportamento durante relações sexuais.
"Temos muitos desafios pela frente e diminuir o número de casos entre os jovens é um deles. A luta contra a aids no Brasil é referência mundial, mas estamos atentos aos jovens, é justamente por isso que eles são o alvo da campanha de combate à doença desse ano. Não podemos descuidar, a aids tem de ser encarada com a seriedade.”
Com relação a 2015, o ministério divulgou o número de casos registrados até o fim de junho: 15.181 notificações da aids em todo o país. Destes, cerca de dois mil foram detectados em jovens com idade entre 15 a 24 anos.
Meta
A meta do governo é que, até 2020, 90% das pessoas com HIV sejam diagnosticadas. Entre os diagnosticados, 90% estejam em tratamento e, destes, 90% tenham carga viral zerada. É a chamada meta 90-90-90. Segundo Fábio Mesquita, diretor do Departamento nde Dst, Aids e Hepatites Virais, o país não está longe de alcançá-la.
"Na meta de tratamento já alcançamos 62% de cobertura e na última meta, a de carga viral suprimida, os números são mais animadores. Se considerarmos só adultos, já chegamos aos 90% com carga viral indetectável. Mas, se levarmos em conta todas as pessoas em tratamento, o percentual é de 88%."
Ainda, de acordo com Fábio, o novo boletim não deixa dúvidas sobre o tipo de epidemia que cresce no país. "Ela é concentrada em populações-chave como gays e homens que fazem sexo com homens, travestis e transexuais, pessoas que usam drogas e profissionais do sexo."
Mortalidade
Ainda segundo o boletim, a mortalidade por aids caiu 11% no Brasil, passando de 6,4 mortes a cada 100 mil habitantes em 2003, para 5,7 casos em 2014. No entanto, as regiões sudeste e sul foram as únicas que apresentaram tendência de queda.
Desde o início da epidemia nos anos 1980 até hoje, o Brasil registrou quase 800 mil casos de aids ao todo e investe cerca de R$ 1,1 bilhão por ano no tratamento dos portadores da doença.
Autoteste nas farmácias
O ministro Marcelo de Castro comemorou ainda a chegada do teste de HIV em farmácia. De acordo com Fábio Mesquita, o teste estará disponível ainda no primeiro semestre de 2016. Até o momento, testes de HIV eram feitos somente por profissionais de saúde em laboratórios, centros de referência e unidades de testagem móvel.
 A resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que autoriza o registro de produtos para autoteste de HIV foi publicada no “Diário Oficial da União” desta segunda-feira (30). “Espera-se que, até o fim do primeiro semestre do ano que vem, qualquer brasileiro possa comprar seu teste de HIV na farmácia, levar para casa e fazer”, disse Fábio Mesquita.
Segundo Mesquita, os testes de farmácia devem alcançar um nicho da população que deixa de se testar por vergonha de ir a um serviço de saúde ou pedir o exame ao seu médico.
Campanha
Durante o lançamento do boletim, foi apresentada a nova campanha publicitária do Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Com o slogan “Com o tratamento, você é mais forte que a aids”, a campanha foca na importância do início imediato do tratamento com antirretrovirais, que é o segundo pilar na meta 90-90-90.
O objetivo é incentivar a prevenção, a testagem e,  principalmente, o início do tratamento em todos os diagnósticos positivos.
Outra novidade é a disponibilização, pela primeira vez, de um banco de dados com informações básicas de aids dos 5.570 municípios do Brasil. Por meio da página www.aids.gov.br/indicadores, os gestores poderão ter acesso a dados de população; nascimentos; casos de aids; óbitos por aids e indicadores de detecção de casos de aids; de razão de sexo; de gestantes infectadas pelo HIV e coeficientes de mortalidade por aids. Assim, os gestores municipais terão informações para formulação, gestão e avaliação de políticas e ações públicas para a resposta à epidemia pelo SUS.

Durante a cerimônia, também foram lançados o livro “A Síndrome – Histórias de luta contra a aids”, escrito por 30 autores, e o trailer do documentário: “Aids no Brasil- lutas e memórias”.

Veja o texto clicando em:       AgenciaAids.com.br
Acessado em Em 02/12/15 às 10h49.

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