Com o objetivo de acabar com a aids no
mundo até 2030, ministros, funcionários governamentais e representantes de
organizações internacionais da área de saúde reunidos nesta quarta-feira (8),
na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, aprovaram uma
declaração política sobre ações para enfrentar a doença.
O documento, elaborado na Reunião de
Alto Nível da ONU sobre o fim da aids, define um conjunto de metas específicas
que devem ser atingidas até 2020 para acabar com a epidemia na década seguinte.
Estabelece também a meta de reduzir as mortes relacionadas à aids para menos de
500 mil em todo o planeta até 2020 e eliminar, também nesse período, a imagem
negativa e a discriminação contra pessoas que vivem com o HIV.
“As decisões tomadas aqui, incluindo o
compromisso de zero novas infecções por HIV, zero mortes relacionadas à aids e
zero discriminação, vão proporcionar o ponto de partida para a implementação de
uma agenda inovadora, baseada em evidências e socialmente justa que alcançará o
fim da epidemia de aids até 2030”, disse o diretor executivo do Unaids
(Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids), Michel Sidibé.
O fim da epidemia de aids é uma das metas
dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, adotados pelos Estados
integrantes da ONU no ano passado. Segundo a diretora do Unaids no Brasil,
Georgiana Braga-Orillard, todos os povos do mundo devem se unir para que a meta
seja alcançada, principalmente os jovens.
“Vivemos hoje um momento histórico em que
realmente o mundo pode vislumbrar o fim da epidemia”, disse Georgiana em
declaração à Rádio ONU, ao comentar a aprovação do documento.
O presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, Mogens Lykketofr, disse que a reunião estabeleceu as bases para um “progresso futuro na criação de resultados mais saudáveis para todos os afetados pelo HIV e na construção de sociedades mais fortes e preparadas para desafios futuros” relacionados à aids.
O presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, Mogens Lykketofr, disse que a reunião estabeleceu as bases para um “progresso futuro na criação de resultados mais saudáveis para todos os afetados pelo HIV e na construção de sociedades mais fortes e preparadas para desafios futuros” relacionados à aids.
Crianças
A declaração prevê que o compromisso dos países para
eliminar novas infecções por HIV deve englobar as crianças. Nesse aspecto, a
meta é “eliminar novas infecções por HIV entre as crianças em 95% em todas as
regiões até 2020”, diz o documento.
O texto observa que 2 mil novas infecções – um terço
de todas as novas infecções – ocorrem todos os dias entre os jovens, “mas
apenas 28% das mulheres jovens têm conhecimento apurado sobre o HIV”.
Os líderes mundiais se comprometeram, no documento, a
apoiar e permitir que os jovens desempenhem um papel fundamental na condução da
resposta ao promover a plena realização de seu direito à saúde e educação abrangente
sobre a saúde sexual e reprodutiva e prevenção do HIV. A declaração política
também reconhece a importância do acesso universal à saúde sexual e reprodutiva
e aos direitos reprodutivos.
Os líderes afirmam na declaração que, para ter êxito,
é preciso que as autoridades saibam identificar o modo de enfrentar o imenso
peso da epidemia sobre as mulheres, especialmente as mulheres jovens,
adolescentes e jovens na África subsaariana.
Saúde pública
Ao comentar os desafios dos próximos cinco anos para o
combate à aids no mundo, Sidibé disse que “o mundo tem a oportunidade de acabar
com uma epidemia que definiu a saúde pública de uma geração”.
O diretor da Unaids destacou avanços na resposta ao
HIV desde a última reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre HIV e
Aids, em 2011, e lembrou que, em dezembro de 2015, 17 milhões de pessoas tinham
acesso a medicamentos antirretrovirais. No mesmo ano, os números de novas
infecções pelo HIV entre crianças e de mortes relacionadas à aids foram
significativamente reduzidos. Também houve progresso na redução de mortes por
tuberculose entre pessoas vivendo com HIV.
A Reunião de Alto Nível da ONU sobre o fim da
aids prossegue até sexta-feira (10), em Nova York, com ampla programação
com especialistas e autoridades governamentais sobre o assunto.
Fonte: http://agenciaaids.com.br
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